Cesarianas em excesso: o que está acontecendo com os partos em
Santa Cruz do Sul?
A gestação é um momento único na vida da mulher e merece atenção especial. Por isso existe o pré-natal: um acompanhamento médico pensado para garantir saúde e segurança para mãe e bebê, além de preparar a gestante para o parto. O parto normal, sempre que possível, é o mais recomendado por ser um processo natural e com menos riscos de complicações. Apesar disso, o número de cesarianas no Brasil tem crescido muito — e isso preocupa médicos, profissionais de saúde e autoridades. Um estudo recente analisou o que está acontecendo em Santa Cruz do Sul (RS) e mostrou que, entre 2010 e 2019, quase 70% dos partos na cidade foram cesáreas, um número muito acima do ideal sugerido pela Organização Mundial da Saúde, que é de até 15%.
O estudo comparou os dados da cidade com os da região, do estado e do país. Em todos esses locais, os números são altos, mas Santa Cruz do Sul lidera. A pesquisa investigou vários fatores que podem influenciar essa escolha, como a idade da mãe, escolaridade, número de consultas de pré-natal, peso do bebê e até a cor da pele da gestante.
Algumas descobertas chamam atenção:
Quanto mais consultas de pré-natal, mais cesáreas: o que deveria ser um momento de incentivo ao parto normal, muitas vezes acaba sendo direcionado para a cesárea.
Gestantes com maior escolaridade e idade também fazem mais cesarianas.
Gestantes brancas e com melhores condições socioeconômicas têm mais chances de fazer cesariana.
Muitas cesáreas são feitas mesmo em casos sem necessidade médica, aumentando os riscos para mães e bebês.
É importante lembrar que a cesariana é um procedimento seguro e pode salvar vidas quando realmente necessário. O problema está na sua realização em excesso e sem necessidade, o que pode causar mais complicações, como dificuldades na amamentação, recuperação mais lenta, e problemas em gestações futuras.
Os achados desse estudo poderão servir de base de informações para gestores e comunidade científica analisarem e discutirem com os profissionais envolvidos, o porquê dessa alta taxa de cesarianas no município analisado. Além disso, sugerir uma análise e incorporação de novas possibilidades no atendimento às gestantes, tais como inclusão de analgesia para o trabalho de parto, discutir detalhadamente esse assunto durante o pré-natal, conduzir treinamento de equipes obstétricas bem articuladas com a importância de estimular o parto normal. O estudo também salienta que é hora de repensar a forma como o pré-natal e os partos estão sendo conduzidos, e reforça a importância do diálogo entre profissionais de saúde e gestantes. A decisão sobre o tipo de parto deve ser feita com base na saúde da mãe e do bebê, não por conveniência ou rotina.
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Quanto mais consultas de pré-natal, mais cesáreas: o que deveria ser um momento de incentivo ao parto normal, muitas vezes acaba sendo direcionado para a cesárea.
Gestantes com maior escolaridade e idade também fazem mais cesarianas.
Gestantes brancas e com melhores condições socioeconômicas têm mais chances de fazer cesariana.
Muitas cesáreas são feitas mesmo em casos sem necessidade médica, aumentando os riscos para mães e bebês.
https://online.unisc.br/seer/index.php/ripsunisc/article/view/19095
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